Qual o futuro da tecnologia? Na prática, se você deseja se manter atualizado no mercado nacional a melhor pergunta a se fazer, é: "como não perder o bonde da inovação tecnológica no Brasil?"

Não é segredo pra ninguém que o excesso de burocracia e a falta de apoio governamental ainda interferem de muitas formas nas frentes de inovação do nosso país. O Brasil ainda está no final da fila quando falamos de transformação digital em comparação com o restante do mundo. Com a pandemia, esse cenário parece ter ficado um pouco mais nebuloso.

Mesmo não apresentando números tão expressivos (segundo dados da Pintec e IBGE, no setor de desenvolvimento de softwares, a média das nações — que inclui investidores de setores de alta, média e baixa tecnologia — investe 29%, enquanto no Brasil, apenas 4,5%) comparado ao panorama mundial, empresas do Brasil que investem em inovação e transformação digital possuem uma vantagem competitiva sem precedentes diante dos concorrentes que ainda não modernizaram suas operações.

Acompanhe esse artigo e entenda como fazer progressos no âmbito digital e tecnológico nos períodos de crises e agregar valor à sua empresa, independente do porte.

Os desafios para inovar no Brasil

Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que as soluções inovadoras serão primordiais para que as empresas brasileiras enfrentem os efeitos do pós-pandemia e retomem o crescimento de suas receitas.

É fato conhecido que as crises possuem o papel de deixar mais evidente para as empresas a necessidade de se investir em tecnologias, assim como no aperfeiçoamento das metodologias de gestão.

Isso porque muitas empresas simplesmente não conseguem mais operar como antes. O que faz um negócio ter sucesso historicamente pode não ser mais possível durante ou após uma crise. Os clientes podem ter dificuldade para pagar, os canais de venda podem ter mudado radicalmente para acomodar novas necessidades ou contornar restrições, um contexto regulatório estável pode ter se alterado criando novas oportunidades, as premissas que sustentavam anos de crescimento estável e previsível podem não ser mais válidas, etc. Enfim, são muitas as variáveis que tiram diversos empreendimentos da inércia no momento em que percebem que não há mais alternativa: ou se adequam às novas demandas de mercado (podendo ainda crescer nesse processo) ou correm o risco de um encerramento abrupto dos negócios.

Isso pode ser comprovado por dados! Segundo a Tech Report 2020, foram registradas no Brasil 306,4 mil empresas que atuam no setor de tecnologia. Comparado à 2019, são 7.000 empresas a mais — o que representa um crescimento de 2,3% — abertas em território nacional.

Dito isso, abaixo vamos abordar os entraves que as empresas enfrentam no momento de inovar e como não deixar que isso atrapalhe a evolução da sua operação:

1. Orçamento

Dentre as 400 empresas entrevistas na pesquisa da CNI, apenas 37% disseram ter orçamento específico para inovação. O cenário econômico dos últimos anos no Brasil foi de reclusão econômica e contenção dos gastos, principalmente por causa da pandemia. Os juros, que chegaram a cair em 2019, também não foram suficientes para ajudar no crescimento das empresas. Esse cenário desfavorável recai principalmente nos departamentos de pesquisa, inovação e marketing, que são os primeiros a sofrerem cortes.

Políticas públicas de apoio à inovações tecnológicas também são poucas, apesar de primordiais, principalmente levando em conta que boa parte dos empresários que são líderes em seus segmentos hoje, contaram com algum suporte do governo na fase inicial de seus negócios.

A última medida confirmada diz respeito ao Marco Legal das Startups que apresenta ações para estimular a criação de startups e do empreendedorismo inovador como um todo, garantindo menos burocracia e mais flexibilidade no lançamento de novos serviços e produtos. Portanto, é importante ficar de olho nessas medidas.

Uma fato que vale ressaltar, é que muitas inovações (como a implementação de sistemas e dashboards) resultam na redução de custos e pagam seus investimentos muitas vezes no médio/longo prazo. Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) constatou que as empresas que investiram em pesquisa e inovação são responsáveis por 25,9% do faturamento das indústrias no Brasil e geram 13,2% dos empregos nacionais. Ou seja, "arriscar" e investir em tecnologia é um bom caminho para colher resultados, sendo, portanto, um risco calculado.

2. Mão de obra

Não temos a melhor inclusão tecnológica em comparação a outros países, isso é um fato. Grande parte dos colaboradores seniores da área de TI, por exemplo, buscam empregos fora do país. Porém, não é preciso procurar no mercado profissionais com um currículo avançado em novas tecnologias para ter pessoas inovadoras no seu time.  

No entanto, a contratação de pensadores inovadores exige táticas de recrutamento inovadoras. Quando foi a última vez que você revisou e reavaliou seus métodos de recrutamento e práticas de entrevista? Para atrair as pessoas certas a comunicação e base do empregador também precisam refletir o impulso da empresa para a inovação. Além disso, uma vez contratado, o novo funcionário precisa entender os canais de inovação e suas recompensas. Criar uma estratégia de recrutamento sob medida permite que as pessoas mostrem seus pontos fortes, tornando possível contratar - e reter - as personalidades certas dispostas a evoluir e se modernizar junto à empresa.

3. Cultura

Impossível falar de inovação tecnológica sem citar a famosa "cultura da empresa". Inovação como um valor corporativo significa criar uma cultura em que cada funcionário sinta que tem algum nível de autonomia - com expectativas, é claro - para pensar de forma independente e encontrar novas maneiras de resolver problemas.

(É importante ressaltar que uma empresa pode fornecer a cultura de trabalho e o ambiente certos para atrair o tipo de pessoa que naturalmente facilita a inovação, mas sem as ferramentas adequadas esse movimento se torna um pouco mais demorado do que deveria.)

4. Medo do risco

Se expor a riscos desnecessários com o seu empreendimento não é o mesmo que ter a coragem para inovar. Ao mesmo tempo, certas inovações levam tempo para mostrar resultados e talvez não sejam resultados tão claros assim. Isso pode impedir os investimentos em tecnologias e mudanças, atrasando a propagação da cultura de inovação dentro da empresa.

Portanto, o ideal é determinar quais investimentos realmente valem a pena para levar a sua empresa a um outro patamar e manter o foco na evolução, mesmo que leve um certo tempo para chegar lá.

Em vendas, por exemplo, os processos foram completamente redefinidos à medida que as organizações descobriram que a tecnologia permite que se faça tarefas que antes eram quase impossíveis. Nesta esfera de vendas digitais, as empresas menores podem muitas vezes "se igualar" até mesmo aos seus maiores concorrentes, e essa é uma oportunidade que não pode ser negligenciada.

5. Equipe pouco engajada com tecnologias

Esse desafio só aparece depois que você escolhe a plataforma que melhor atende às necessidades da sua empresa. Antes de definir essa solução, é preciso considerar seriamente o que deseja da experiência e, ainda mais importante, como ela ajudará suas equipes a trabalharem melhor e de maneira mais inteligente. Pense no futuro, no que você deseja realizar como meta, e como essa plataforma influenciará nessa ganho.

Abaixo algumas dicas para incentivar o engajamento de novas tecnologias:

- Certifique-se de que todos saibam como usá-la

Primeiro: não deixe o software simplesmente "cair no colo" da sua equipe. Ensine os colaboradores como usá-lo. Anuncie com antecedência que você está planejando implementar uma plataforma de colaboração em tempo real em seu fluxo de trabalho. Mande emails. Faça reuniões sobre isso. Aborde as perguntas e preocupações dos membros da equipe e das partes interessadas no processo. Reserve uma boa parte do tempo para treinar todos sobre a nova interface. Além disso, espere um período de transição antes que todos adotem totalmente a nova plataforma e sejam capazes de usá-la sem problemas.

InsightCast · Implementando uma área de dados em vendas

- Sem julgamentos

Trabalhar com sucesso em equipe envolve mais do que apenas implementar um sistema que permite a colaboração e otimização do trabalho. A tecnologia não ajudará em nada, a menos que você primeiro crie um ambiente onde todos se sintam seguros para expressar suas opiniões e oferecer sugestões e feedback. Ao estabelecer as diretrizes de sua equipe, certifique-se de construí-las com uma base de respeito e sem julgamentos. Em outras palavras, crie um ar de aceitação para fomentar a criatividade e trazer à tona as grandes ideias.

- Foco no futuro

Finalmente, lembre-se de pensar no futuro: para onde sua empresa ou organização está caminhando? Ao investir em uma nova tecnologia, é importante prever quais serão as necessidades de gerenciamento de projetos daqui a alguns anos. A plataforma certa atenderá às suas necessidades atuais e quaisquer problemas que você encontrar no futuro, enquanto o ajudará a desenvolver as melhores práticas que garantirão que você obtenha mais ROI do que o esperado.

Como a inovação tecnológica ajuda a superar as crises nas empresas?

No cenário do empreendedor de 2020 e 2021, a pandemia acelerou o processo de digitalização. Quem conseguiu encontrar a sua “veia” digital, cresceu muito nesse período. Porém, as empresas que não compreenderam ou se adequaram a esse cenário, sem agir rapidamente, sentiram os impactos de forma severa.

Quando ocorre uma crise, a pior coisa que um líder empresarial pode fazer é tentar manter os negócios da mesma maneira. Enquanto o mundo se esforça para se adaptar a uma mudança significativa, os planos anteriores não apenas falham em atrair os clientes, mas também comunicam a sua empresa como surda aos apelos do mercado.

Os líderes de negócios e suas equipes de vendas precisam ser capazes de ler o mercado à medida que ele muda e evolui, prestando atenção a cada nova tendência.

No momento de abrir um negócio, muitos empreendedores esquecem da lição número um, que é mapear os riscos e oportunidades, tanto no ambiente interno, quanto no externo, e no cenário pandemico isso ficou ainda mais evidente. Por mais básica que seja essa lição, muitas organizações foram pegas de surpresa pela crise e tiveram que encerrar seus trabalhos antes do esperado.  É triste, mas esses períodos de crise muitas vezes são primordiais para se fazer adaptações e mudanças que foram proteladas por muito tempo.

Outro fator ainda ignorado por muitos empresários é a modernização de seus processos de vendas. Como produtos perecíveis em supermercados, os modelos de venda têm uma data de validade. Na pandemia, por exemplo, sem a possibilidade de visitar clientes com constância, a implementação de um processo de Inside Sales (que lá fora já existe há muitos e muitos anos) se tornou indispensável.  Quem não trabalhava com uma estrutura para vender online, sentiu na pele os efeitos de um novo mercado. Claro que fazer esse tipo de mudança não é um processo simples, mas levar ainda mais tempo para dar esse passo pode ser fatal para os negócios.

As tendências também devem permanecer girando em torno das necessidades do cliente (o famoso "customer centric"). Poucas empresas adaptaram adequadamente seus modelos de vendas às mudanças fundamentais na forma como os clientes tomam decisões de compra. Isso se tornou uma prioridade no novo cenário já que grande parte da população está em isolamento. E fato é: mesmo depois desse período, os hábitos de compra nunca mais serão os mesmos.

Você, mais do que ninguém, conhece os desafios que seus clientes estão enfrentando. Pergunte a si mesmo (e aos clientes, claro) o que você pode fazer para agregar valor e ajudar a superar seus desafios. Vender em tempos de crise é servir, agregar valor e resolver problemas. Com a ajuda dos canais digitais (que continuarão a ser usados massivamente), as vendas e interações se tornarão cada vez através de plataformas.

As equipes de vendas que prosperam são aquelas que sabem avaliar a situação e se adaptar rapidamente. Agora é a hora de certificar-se de que você está entregando as propostas de valor que seus clientes precisam e a mensagem que melhor oferece suporte à sua estratégia.

Seja um líder em inovação

As crises, especialmente a que vivemos agora, têm um custo financeiro e humano significativo, encalhando ativos e causando deslocamento social e econômico. No entanto, muitas dessas dinâmicas são ingredientes para a ruptura a partir da qual surgem novos modelos de negócios.

Coletar e sintetizar percepções de mercado não deve ser uma tarefa isolada, deixada para uma função específica ou empresa dedicada. Organizações inteiras, desde vendas e atendimento ao cliente até marketing e operações, podem ser ativadas para monitorar as mudanças e interpretar seu impacto. Cada ponto de contato com o cliente é uma nova oportunidade de aprender novas práticas. Ter a capacidade de sintetizar rapidamente os muitos sinais que chegam a uma organização, reconhecer novos padrões de comportamento do cliente e agir rapidamente, pode dar às empresas uma boa vantagem na corrida pela inovação, afinal, ela é crucial se você deseja aumentar sua participação no mercado ou se manter relevante na sua indústria.

Seja no desenvolvimento de novos produtos, adoção de novas tecnologias, gestão de talentos ou estratégia de negócios, a inovação desempenha um papel fundamental: conduzir novas ideias, construir novas abordagens e melhorar a eficácia organizacional, definindo tendências na maneira como você faz negócios, seja com grandes avanços; ou em pequenos passos.